quinta-feira, 23 de março de 2023

 

No âmbito da comemoração do MÊS DOS AFETOS, a Equipa da BE lançou um desafio às turmas deste agrupamento que constituiu na criação de um texto coletivo alusivo à Amizade.

 


 

Após leitura cuidada dos trabalhos recebidos, o júri selecionou como texto vencedor a “História improvável entre o peixe Gentil e a atriz de cinema Maria Tristonha” criado pelos alunos da turma 6º1. A relação afetuosa que nasce entre as personagens, o percurso de vida da atriz e o final feliz fizeram com que esta fosse  considerada a mais criativa.

A todos os envolvidos, docentes e discentes, agradecemos a colaboração. A todos serão atribuídos um Certificado de Participação.

 Todos os textos foram publicados no Boletim Pêro. Destacamos o vencedor.

 

História improvável entre o peixe Gentil e a atriz de cinema Maria Tristonha.

Maria era uma rapariga que vivia num orfanato. Era conhecida por Maria Tristonha, pois andava sempre de rosto caído, com um ar muito triste, porque, para além de não ter família, nunca conseguia fazer amigos.

De manhã, tinha como hábito ir para um parque onde havia um bonito lago, com um peixinho laranja. Todos os dias, Maria Tristonha lhe lia um livro diferente. Ele adorava as suas histórias e ansiava diariamente pela sua chegada.

Com o passar dos tempos, tornaram-se cada vez mais íntimos e desenvolveu-se entre eles uma grande amizade.

Certo dia, enquanto lia o livro “Todos os meus sonhos”, Maria revela-lhe o seu grande sonho: ser atriz!

- Sabes, peixinho, o meu verdadeiro sonho é viajar pelo mundo e tornar-me uma atriz famosa.

De repente, o peixe dá um salto para a beira do lago e responde:

- Maria, sempre ouvi dizer que o sonho comanda a vida. Tenho a certeza que o teu sonho será em breve uma realidade. E eu vou ajudar-te!

A rapariga refletiu sobre o assunto durante vários meses, até que ganhou coragem de abandonar o orfanato e tentar a sua sorte. Antes de partir, foi despedir-se do seu amigo peixe, que lhe ofereceu um mapa.

- Segue este mapa, Maria. Aí encontrarás tudo o que procuras e serás muito feliz! - transmitiu-lhe o peixinho gentil.

Maria agradeceu, e com uma lágrima nos olhos, partiu sem olhar para trás.

Passaram dias e noites, e dias e noites, até que finalmente chegou ao local assinalado no mapa. Era uma conhecida escola de teatro em Coimbra.  Maria ficou deslumbrada e entrou de imediato. Foi recebida por uma senhora muito simpática, que lhe disse que a aguardava já há algum tempo.

- Mas como? Terá isto sido obra do meu amiguinho peixe? - pensou a rapariga.

Maria Tristonha desempenhava cada papel que lhe era atribuído de forma incomparável, e todos estavam encantados com ela.

Um professor que a admirava pelo seu talento, convidou-a para ir consigo para Londres estudar numa das maiores escolas de teatro do mundo. Ela não hesitou e aceitou o convite.

Chegados lá, o professor apresentou-a ao Diretor da Escola. E algo surpreendente aconteceu. As semelhanças entre eles eram evidentes. Seria ele o pai desaparecido de Maria Tristonha???

A rapariga contou-lhe toda a sua história e ambos reconheceram que só podiam estar ligados por laços familiares. Tudo aquilo parecia ser um sonho. Maria Tristonha deixou finalmente de aparentar estar triste para mostrar o seu sorriso a todos os que a rodeavam. Era agora uma rapariga muito feliz, faltava-lhe apenas uma coisa. O seu querido amigo peixe.

Determinada a reencontrá-lo, regressou à sua terra natal e procurou-o. Fê-lo da forma que sempre fez. Levou consigo o livro “Todos os meus sonhos”, que leu em voz alta.

Foi num instante que o peixe se aproximou da beira do lago e lhe disse:

- Estou muito orgulhoso de ti, Maria! Espero nunca mais voltar a ver-te triste!

Maria agradeceu, com um grande sorriso nos lábios, e por ali ficaram embrulhados num livro, como sempre fizeram.

TURMA 1, 6º ANO

 

 

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