quarta-feira, 24 de maio de 2023

 

Pequenos escritores




No âmbito da rubrica “Pequenos Escritores”, o aluno Tiago Alberto da turma 6º9 escreveu os textos que seguem.

 

 


O cão e o professor

  Na linda cidade de São Francisco, vivia um professor já de 56 anos chamado Levi Brown e ele morava também com a senhora Mila, sua mulher, e eles tinham uma filha chamada Mary Brown.

  Caía neve por todos os lados e estava a chegar a época de Natal, e Mary pediu aos seus pais um cão alemão.

- Nem pensar Mary! - costumava dizer a senhora Mila.

  Já o professor Levi não se importava. A rotina dele era quase sempre a mesma. Levi Brown acordava de manhã, tomava um café e ia até à estação de São Francisco para apanhar o comboio até à Universidade de Las Vegas, sítio onde dava aulas. Mary Brown continuou a insistir um cão alemão, então a senhora Mila não teve opção.

   Certa manhã, a senhora Mila disse:

- Professor Levi, não te esqueças de quando voltares, vais à receção da estação e trazes o cão alemão para a tua filha.

  O professor Levi Brown teve um dia de aulas tranquilo, mas esqueceu-se completamente do cão.

- Onde está o raio do cão? – gritou a senhora Mila.

O professor Levi deu meia-volta e voltou à estação para receber o cão alemão. O pequeno cão era muito fofo e o senhor professor até disse:

- Ah, meu deus! Nunca vi um animal tão fofo!

- Peço desculpa, é para si? – perguntou o senhor da receção.

- Sim é! – respondeu o senhor professor.                                                                        

  O cão alemão era muito peludo e pequenino, o que fez o professor Levi ficar maravilhado. Quando chegou a casa, a filha do professor ficou tão ou mais maravilhada como o professor com o cão alemão.

- Vamos chamá-lo de Amora! – disse a menina.

- Não, Faísca! – disse o professor Levi.

- Não me digas que tiraste esse nome do filme “Carros” em que a personagem principal é o Faísca! – exclamou a sua mulher Mila.

- Não disseram para eu ir buscá-lo? Pronto, então está decidido. – disse.

A filha e a mulher do professor ficaram a ver o professor dar uma tigela de leite ao cão alemão.

- Não tens idade para estas coisas! – disse a senhora Mila.

   Mary Brown teria pedido o cão alemão, mas o cão alemão foi literalmente para o professor. Levi e Faísca viraram inseparáveis e todos os sábados eles faziam uma caminhada no parque e aos domingos eles davam um passeio à beira-mar.

  Já nos dias de semana o professor Levi acordava de manhã com Faísca, dava-lhe uma tigela de leite e iam até à estação onde o professor partia. Às 17:30, Faísca saía de casa e ia até à estação ter com o senhor professor.

  Alguns anos depois, Mary tornou-se independente e casou com o doutor Henry e eles juntos foram morar para Marselha, local onde o doutor Henry tinha nascido. O doutor era alérgico a cães então Mary Brown não levou Faísca para a alegria do professor Levi Brown.

  Certo dia, a rotina do senhor professor e de Faísca foi diferente.

  Era um dia frio, de neve e de manhã foi normal, Faísca foi com o professor Levi até à estação, mas lá pelas 17:00 da tarde, a senhora Mila recebeu uma ligação a dizer que o professor e o seu comboio tinham batido numa pedra e ninguém do comboio tinha sobrevivido. A senhora Mila não conseguia acreditar e chorava ao ver Faísca a ir todo feliz para a estação, mas o professor Levi não iria voltar. Faísca ficou dois dias à espera do professor, mas ele nunca voltara.

  Alguns dias depois, no funeral do professor Levi Brown, só existia lugar para as lágrimas, e Faísca nunca mais voltou a sorrir e também nunca mais voltou para casa, ou seja, Faísca nunca mais saiu dali, do caixão do seu amigo professor.

  E isto sim, é uma verdadeira amizade.

 

 

Pipas salva o Natal

  

   Numa bela cidade, havia uma criança que se chamava Pipas e ela apenas tinha 6 aninhos. Pipas gostava de todas as celebrações, mas havia uma que Pipas adorava, o Natal.

   Ela era muito fã do Pai Natal e todos os anos na véspera de Natal ela colocava um prato de bolachas e um copinho de leite, e em todas as manhãs quando ela ia à sala de estar, as bolachas e o copo de leite já tinham desaparecido. Todos os Natais ela perguntava aos pais onde vivia o Pai Natal e porque era tão gordinho, mas a resposta era sempre a mesma: Não sei!

   Pipas estava farta e queria conhecer mais. Portanto perguntou aos pais se eles a podiam levar à terra do Pai Natal, embora os seus pais tivessem dito que eles não sabiam. Os pais de Pipas finalmente disseram onde era a casa do Pai Natal, mas que era impossível de lá chegar de carro. Pipas não queria deitar fora a possibilidade de conhecer o seu maior ídolo, portanto disse que podiam ir de avião.

   Os pais de Pipas disseram vezes sem conta que era má ideia, mas Pipas forçava-os a que eles a deixassem ir. Eles acabaram por deixar e a viagem de avião foi tranquila, mas demorou 11 meses! Quando chegaram à terra do Pai Natal já só faltavam alguns dias para o Natal.

   Pipas e os pais acabaram por encontrar a casa do Pai Natal onde foram bem recebidos.

- O que fazem aqui? – disse o Pai Natal, a chorar.

- Viemos visitá-lo, mas porque está a chorar? – disse Pipas.

- Este ano não há Natal! Acabaram todos os meus presentes, os meus duendes adoeceram e metade das minhas renas faleceram.

- Meu deus! Lamento muito! – disse a mãe de Pipas.

- Podemos ajudá-lo? – disse Pipas.

- Vocês por acaso conseguem usar aquelas máquinas e criar novos brinquedos para mim?

- Eu sei! – disse o pai de Pipas.

- Então podem entrar! – alegrou-se o Pai Natal.

   O Pai Natal não acreditava no que estava a ver. O pai de Pipas fazia um novo brinquedo a cada 5 segundos! Dez vezes mais rápido do que qualquer duende! E assim, em apenas duas horas de trabalho, o pai de Pipas criou mais de 600 brinquedos. O Natal podia não vir a acabar graças à família de Pipas. Mas Pipas ainda queria fazer umas perguntas.

- Pai Natal, porque és tão gordinho?

- De certeza que é das bolachas que como todos os anos!

- Porque vive aqui?

- Gosto do frio e da neve, mas, porque me fazes essas perguntas?

- Não sei, é que eu sou muito fã do senhor!

   Depois de longos três dias, o pai de Pipas criou mais de 10.000 brinquedos!

- Pronto Pai Natal. Agora já vai haver Natal! – disse Pipas.

- Não sei… Não consigo sozinho! – respondeu o Pai Natal.

- Será que podemos ajudar? – perguntou Pipas.

- É uma ótima ideia! Vamos começar!

   E desta maneira o Pai Natal, a Pipas e os pais dela começaram a distribuir brinquedos pelo mundo.

- Estou a viver um sonho! – gritou Pipas.

- Muitas crianças sonham com isto, minha jovem! És uma criança de sorte! – disse o Pai Natal.

   Eles distribuíram todos os presentes, e desta maneira a Pipas salvou o Natal.

   Vários anos se passaram e Pipas decidiu seguir caminho no ensino e todos os anos contou a sua aventura com o Pai Natal, mas infelizmente às vezes algumas criancinhas não acreditavam, mas normalmente as crianças acreditavam sempre.

   O Pai Natal? Ele viveu feliz para sempre, os seus duendes ficaram melhor, ele conseguiu encontrar novas renas, portanto tudo correu bem para o lado do Pai Natal. Mas houve uma coisa que ele não conseguiu. Ser magrinho!

  

  


 

 

 

 

 

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